26.3.07


Craft's & Design
O Éden desceu à Estrela!

No passado dia 4 de Fevereiro, o Jardim do Éden desceu à Estrela.
A feira de artesanato contemporâneo e design, actual Crafts & Design voltou a representar uma lufada de ar ainda mais fresco do que aquele que já é habitual respirar no Jardim da Estrela.

Com mais agasalhos do que se estivessem no Paraíso, muitas Evas e Adões passearam por entre as bancadas, observando, questionando e mesmo comprando diversos “pecados” que os cerca de 60 artesãos presentes tiveram para oferecer. Em troca receberam maçãs, o símbolo da tentação.

Bolsas, “t-shirts”, colares, brincos, flores de pano e de papel, colheres retorcidas, vidros moldados, plantas aromáticas e medicinais, monstros e muitas outras invenções fazem desta feira mais do que uma oportunidade de saldos, uma autêntica pérola para a população que dali sai com o olhar regalado e satisfeita, com a necessidade de voltar para comprar mais qualquer “coisinha”!

Criativos e Artesãos

Fadas, duendes e muitos outros seres fantásticos escondem-se nas florestas de todo o mundo para em silêncio coabitarem com os humanos. Por amizade, os Amigos do Monstro quiseram arranjar-lhe amigos. Vindos de Palmela, estes jovens recolhem madeira e sementes de todos os lados e dão-lhes a forma de “monstrinhos”, para que esse gigante do imaginário nunca adormeça sozinho.

Na banca de Ana Geada são garrafas espalmadas a saltar à vista. A empresa de artes decorativas, Vitrofusão, é feitora de magia e transforma os mais variados artigos em peças únicas.

As garrafas são iguais a tantas outras, mas depois de submetidas a temperaturas de mais de 800ºc.,o vidro derrete e adquire a forma dos moldes.

Apesar de uma apaixonada pela arte, Ana Geada continua a ter de alugar uma furna para poder expandir este amor, “ainda não pude comprar o meu próprio forno”, explicou ao JB.

Mas as surpresas não se ficam por aqui.

Colheres contorcidas, transformadas, feitas arte! Miguel Puga adorna, faz a desfiguração e o contorcionismo de colheres de galão e de café tornando-as em “coisas simples” e originais.

“Estamos a voltar à primeira forma, destruir para completar”, explicou, tendo mesmo acrescentado que por vezes chega a reciclar colheres cujo fim seria o do caixote do lixo. Reutiliza-as, portanto!

As peças são feitas a frio e cortadas à tesoura para minimizar os custos, “coisas simples” mas complicadas? Nem por isso, “demoramos cerca de 7 minutos a moldar” cada colher, confidenciou o artista ao JB.

Jornal do Bairro, edição nº2, 16 Fevereiro 2007