Sumol Summer Fest - Traído pela meteorologia
Marcado pelo mau agouro de São Pedro, o festival Sumol Summer Fest iniciou numa sexta-feira soalheira, que se tornou num sábado tempestuoso e por pouco não culminou na fuga do público, sedento de qualquer abrigo para se refugiar da chuvada.
No primeiro dia, destaque para duas das actuações mais esperadas: Patrice e Horace Andy. A “Soulstorm” do jovem alemão resgatou a simpatia do público, que eufórica, se juntou ao hino, ignorando com alguma dificuldade o som electrónico vindo da tenda Good Vibes, que a partir das 23 horas já bombava (demasiado) alto.
Horace Andy superou as expectativas e as suas longas rastas brancas transmitiram um espírito jovem, sábio e que arrasou a multidão que se abanou ao ritmo de um reggae puro, dançável e com a típica mensagem a que o jamaicano já há muito nos habituou.
O festival iniciou com a actuação dos Souls of Fire, a banda de Leça da Palmeira que animou os festivaleiros mais prevenidos que cedo chegaram cedo ao local. Nesse momento, muitos tentavam estacionar em Ribeira d’Ilhas e outros, entre estacas e martelos, esforçavam-se por montar a tenda quanto antes.
Os The Original Wailers foram bastante aclamados, em especial quando brindaram o público com os míticos “Get Up, Stand Up”e “No Woman, No Cry”, êxitos que dois dos fundadores do grupo já cantaram a acompanhar Bob Marley.
Fugindo ao reggae e com o recinto mais bem composto, Ojos de Brujo actuaram ao pôr-do-sol. Se os ritmos do grupo catalão animaram bem a hoste, o ritmo flamenco conseguiu obter um e outro passo solto e trapalhão do público, esforçado por acompanhar a dança. Faltou-lhes o cover perfeito para o evento, “Get Up, Stand Up”, talvez para evitar a repetição do mesmo tema, já entoado pelas lendas vivas que acompanharam Marley.
Depois de Horace e Patrice, o Palco Sumol encerrou, invadido por uma bola gigante que todos tentaram empurrar para um e para outro lado. A festa terminou no espaço Positive Vibes, que recebeu os esperados irmãos Tiefschwarz, mas que pecou pela pequenez de espaço, dado o imenso público que para lá foi dançar.
Justin Nozuka, o azarado
Para além da traição meteorológica, a grande surpresa da noite de sábado foram os alemães Culcha Candela. Terceiros a actuar, já com o recinto composto, os sete elementos de várias proveniências étnicas surgiram quase no anonimato mas com uma vitalidade e coreografias de tal forma animadas que conseguiram puxar o público todo para a direita, e depois “to the left”, numa euforia contagiante a que ninguém ousou ficar de braços em baixo face ao pedido “put your hands up, put your hands up, yeah, yeah”. No final, terminaram com uma crítica à organização, já que dispunham de qualquer trunfo para se despedir mas não foi possível continuar o espectáculo.
Cheia de simpatia e ao seu próprio estilo, Ana Free encantou os poucos festivaleiros já chegados ao local, chegando mesmo a saudá-los com o “No Woman, No Cry”. Recordando o mítico grupo de Sting, assim que os “Police in Dub” entraram em palco, o público levantou-se de imediato, mas depressa se viria a cansar, sendo então acordados pelos Culcha Candela.
Justin Nozuka teve a actuação mais azarada de todo o Festival. Entrou em palco após o pôr-do-sol, num início de noite frio, ventoso e escuro, muito escuro, já que faltavam junto ao palco os dois ecrans gigantes onde na noite anterior se via o concerto e que iluminavam o espaço. Pela primeira vez em Portugal e sem conseguir avivar o público, acabou por se ver perante uma assistência nula, já que a chuva tomou conta do espaço e sem qualquer toldo ou protecção, a maior parte da assistência fugiu para a tenda de música electrónica.
Aliviados os fãs de Mishka, que por pouco viam o seu espectáculo arruinado. A chuva parou e o ruivo das Bermudas surgiu, adaptando as suas letras românticas a ritmos dançáveis, o que conseguiu devolver o bem-estar ao festival.
Tiken Jah Fakoli e a sua banda encerraram o festival, fizeram esquecer o frio brindando o público com um quente reggae africano. Fazendo o que os Candela não conseguiram, despediram-se e regressaram para mais três músicas animadas, apostando num reggae cantado em inglês e francês, fazendo um final de festival mais alegre do que nesse sábado se podia esperar.
Festivais de Verão
Marcado pelo mau agouro de São Pedro, o festival Sumol Summer Fest iniciou numa sexta-feira soalheira, que se tornou num sábado tempestuoso e por pouco não culminou na fuga do público, sedento de qualquer abrigo para se refugiar da chuvada.
No primeiro dia, destaque para duas das actuações mais esperadas: Patrice e Horace Andy. A “Soulstorm” do jovem alemão resgatou a simpatia do público, que eufórica, se juntou ao hino, ignorando com alguma dificuldade o som electrónico vindo da tenda Good Vibes, que a partir das 23 horas já bombava (demasiado) alto.
Horace Andy superou as expectativas e as suas longas rastas brancas transmitiram um espírito jovem, sábio e que arrasou a multidão que se abanou ao ritmo de um reggae puro, dançável e com a típica mensagem a que o jamaicano já há muito nos habituou.
O festival iniciou com a actuação dos Souls of Fire, a banda de Leça da Palmeira que animou os festivaleiros mais prevenidos que cedo chegaram cedo ao local. Nesse momento, muitos tentavam estacionar em Ribeira d’Ilhas e outros, entre estacas e martelos, esforçavam-se por montar a tenda quanto antes.
Os The Original Wailers foram bastante aclamados, em especial quando brindaram o público com os míticos “Get Up, Stand Up”e “No Woman, No Cry”, êxitos que dois dos fundadores do grupo já cantaram a acompanhar Bob Marley.
Fugindo ao reggae e com o recinto mais bem composto, Ojos de Brujo actuaram ao pôr-do-sol. Se os ritmos do grupo catalão animaram bem a hoste, o ritmo flamenco conseguiu obter um e outro passo solto e trapalhão do público, esforçado por acompanhar a dança. Faltou-lhes o cover perfeito para o evento, “Get Up, Stand Up”, talvez para evitar a repetição do mesmo tema, já entoado pelas lendas vivas que acompanharam Marley.
Depois de Horace e Patrice, o Palco Sumol encerrou, invadido por uma bola gigante que todos tentaram empurrar para um e para outro lado. A festa terminou no espaço Positive Vibes, que recebeu os esperados irmãos Tiefschwarz, mas que pecou pela pequenez de espaço, dado o imenso público que para lá foi dançar.
Justin Nozuka, o azarado
Para além da traição meteorológica, a grande surpresa da noite de sábado foram os alemães Culcha Candela. Terceiros a actuar, já com o recinto composto, os sete elementos de várias proveniências étnicas surgiram quase no anonimato mas com uma vitalidade e coreografias de tal forma animadas que conseguiram puxar o público todo para a direita, e depois “to the left”, numa euforia contagiante a que ninguém ousou ficar de braços em baixo face ao pedido “put your hands up, put your hands up, yeah, yeah”. No final, terminaram com uma crítica à organização, já que dispunham de qualquer trunfo para se despedir mas não foi possível continuar o espectáculo.
Cheia de simpatia e ao seu próprio estilo, Ana Free encantou os poucos festivaleiros já chegados ao local, chegando mesmo a saudá-los com o “No Woman, No Cry”. Recordando o mítico grupo de Sting, assim que os “Police in Dub” entraram em palco, o público levantou-se de imediato, mas depressa se viria a cansar, sendo então acordados pelos Culcha Candela.
Justin Nozuka teve a actuação mais azarada de todo o Festival. Entrou em palco após o pôr-do-sol, num início de noite frio, ventoso e escuro, muito escuro, já que faltavam junto ao palco os dois ecrans gigantes onde na noite anterior se via o concerto e que iluminavam o espaço. Pela primeira vez em Portugal e sem conseguir avivar o público, acabou por se ver perante uma assistência nula, já que a chuva tomou conta do espaço e sem qualquer toldo ou protecção, a maior parte da assistência fugiu para a tenda de música electrónica.
Aliviados os fãs de Mishka, que por pouco viam o seu espectáculo arruinado. A chuva parou e o ruivo das Bermudas surgiu, adaptando as suas letras românticas a ritmos dançáveis, o que conseguiu devolver o bem-estar ao festival.
Tiken Jah Fakoli e a sua banda encerraram o festival, fizeram esquecer o frio brindando o público com um quente reggae africano. Fazendo o que os Candela não conseguiram, despediram-se e regressaram para mais três músicas animadas, apostando num reggae cantado em inglês e francês, fazendo um final de festival mais alegre do que nesse sábado se podia esperar.
Festivais de Verão