19.1.11

TRANSTEJO NÃO RECUA NA DECISÃO DE SUPRIMIR CARREIRAS

Apesar do aumento de cerca de dois euros no preço do passe mensal, a Transtejo (TT) não recua e mantém a decisão de eliminar cinco carreiras que no horário da manhã faziam a travessia entre o Seixal e o Cais do Sodré.

Através da empresa Unimagem, que lhe faz assessoria, o Grupo TT afirmou ao Jornal do Seixal (JS) que “o ajuste que se traduziu na redução de cinco carreiras (três no sentido Sul/Norte e duas no sentido Norte/Sul) foi efectuada na hora de ponta da manhã, porque é neste período que qualquer redução de oferta tem menor impacto para os passageiros, dadas as frequências ao longo dia e sobretudo fora das horas de ponta”.
Segundo a TT, as carreiras não foram eliminadas devido à “redução de 15 por cento dos custos operacionais impostos pelo Governo”, mas tiveram origem nas “medidas de gestão determinadas pelo Conselho de Administração”.
A supressão das carreiras causou grande revolta aos utentes e à própria Autarquia, que de imediato emitiu um comunicado onde exige a sua reposição. Apesar dos esforços tentados numa reunião técnica entre as duas instituições, a Transtejo não voltou atrás na decisão.
A Câmara Municipal do Seixal (CMS) reclama que “o actual caminho seguido em termos de política de transportes é contrário ao desenvolvimento e à qualidade de vida das populações, pois reduz a atractividade do Transporte Público em detrimento do Transporte Individual, com todos os impactos negativos em termos económicos e ambientais daí decorrentes”.

Utentes revoltados em hora de ponta

“A hora de ponta da manhã tornou-se caótica para quem diariamente se desloca do Seixal para Lisboa nos barcos da Transtejo”, lê-se no Jornal de Notícias (JS), que se deslocou à Margem Sul para assistir de perto à revolta dos passageiros da TT, cujo tempo de espera aumentou de 15 para 25 minutos.
Segundo o JS, a mudança de horários significou a alteração dos hábitos de muitos utentes, sendo que muitos ponderam já optar por outro meio de transporte.
Os passageiros reclamam o facto das viagens de barco se terem tornado um pandemónio, por estarem mais cheios e por haver maior pressa de chegar à outra Margem.

TT demarca-se de barco nocturno

Questionada pelo JS quanto à já antiga vontade da população e dos comerciantes locais – que há muito vêm fazendo pressão para que sejam impostas mais ligações fluviais no horário nocturno de forma a trazer mais gente para o Seixal – a TT não se manifestou, remetendo a resposta para um comunicado que apenas esclarece as motivações do Grupo para as ligações suprimidas.
Este é também um dos esforços da Autarquia, que exige a reposição das 5 ligações suprimidas, assim como o desenvolvimento de um estudo de satisfação dos utentes e de aumento da procura, de forma a captar mais utilizadores para o transporte público fluvial, “rentabilizando económica e socialmente os recursos públicos existentes” no Seixal.
Destaque-se que este ano não foi só o preço dos bilhetes que aumentou, também os passes estão mais caros cerca de 2€. Para poder fazer a travessia todos os dias do mês, o título custa agora 28,10€, passando o passe para os dias úteis a custar 24,70€.

Jornal do Seixal, edição 101, Janeiro 2011