26.3.07

Lugar do Parral
SEM ABASTECIMENTO DE ÁGUA, RECOLHA DE LIXO OU SERVIÇO DE CORREIOS

O mau tempo que se fez sentir na passada sexta-feira, dia 24, não foi impeditivo para que um grupo de moradores do Lugar do Parral rumasse ao auditório Conde de Ferreira, onde se realizava a Assembleia Municipal de Sesimbra, e ali contestasse a falta de condições da sua “Aldeia”.

Em pleno século XXI e às portas de Lisboa, os habitantes do Parral vivem ainda sem “abastecimento de água ou infra-estruturas como a recolha de lixo ou correios”, dispondo apenas de electricidade e telefones.

O Lugar, por muitos designado como Aldeia, pertence ao Município de Sesimbra mas a estrada que lhe serve de acesso não tem ligação directa a nenhuma via concelhia, sendo bastante popular entre os amantes da modalidade Todo-o-Terreno, bicicletas e 4x4.

De acordo com os moradores “vivemos uma situação aflitiva” e apesar dos diversos protestos e petições remetidos à Câmara Municipal desde há 5 anos, esta nunca terá dado qualquer resposta, não havendo sequer “competência camarária para buscarem as crianças” que vão para a escola.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o Parral terá 15 fogos com cerca de 40 habitantes, e sendo “um pequeno núcleo urbano” cuja forma de acesso é por uma estrada de Setúbal, a resolução das dificuldades torna-se mais complicada.

Confrontado com o protesto, o presidente da Autarquia, Augusto Pólvora, avançou que o abastecimento de água está a ser estudado com as “Águas do Sado”, a empresa concessionária dos sistemas de saneamento do Concelho de Setúbal e o custo da obra estará orçamentado em cerca de 48 mil euros, matéria que se propôs discutir com um representante local, até mesmo para “ver em que medida a população está disponível para comparticipar”.

Em relação às petições “silenciadas” pela Autarquia, Augusto Pólvora afirmou não ter conhecimento de quaisquer documentos apresentados no último ano, “desde o início do mandato”.

Assim, resta à população do Parral nomear um interlocutor para discutir com o executivo o futuro desse Lugar e aguardar que as necessidades básicas dos habitantes sejam uma realidade imediata.

Nova Morada, edição nº 306, 1 Dezembro 2006