Segundo o Ministério, “não se trata, “apenas”, de investir mais dinheiro, mas de investir mais e melhor, de acordo com um planeamento exigente de modernização e conservação, respeitador da evolução dos modelos pedagógicos, da autonomia e responsabilidade das escolas, bem como de princípios da racionalidade económica na gestão futura, duradoura e sustentada, dos edifícios e dos espaços escolares”.
A ex-Escola Secundária com 3º Ciclo D. João de Castro “pertence ao primeiro grupo de escolas a beneficiarem de obras” e para a qual ficou a promessa de ali ser criado um pólo de Ensino Secundário e Profissional, sendo-lhe “afectado um espaço para funcionamento de Jardim de Infância, preferencialmente o actual edifício oficinal anexo, com duas salas”, avançou o Ministério.
As obras ficam a cargo do Município e “em consonância com o projecto a desenvolver pela EPE”.
Muitas foram as vozes que se levantaram contra a iniciativa do Governo quando este decidiu o fecho da D. João de Castro, em 2006, uma decisão justificada com o insuficiente número de turmas que ali estavam a funcionar, mas que não fez sentido para as Juntas e Assembleias de Freguesia de
Na opinião de Joaquim Granadeiro, “o fecho da Escola foi planeado ao longo do tempo”, uma opinião que fez correr rios de tinta nos jornais e que não ficou imune às críticas, afinal “a falta de alunos só existiu porque há 4, 5, 6 anos tomou-se a decisão de não permitir inscrições para novos alunos a partir do 7º ano”, uma razão óbvia para justificar o reduzido número de alunos inscritos.
Os argumentos do Ministério não foram aceites, havendo a suspeita de por trás dos motivos invocados, a questão estar relacionada com interesses imobiliários. A entrada principal da Escola chegou a ser encerrada a cadeado por várias vezes, uma petição com mais de sete mil assinaturas entregue, 397 - número de afectados entre alunos e funcionários - balões oferecidos ao Ministério, uma providência cautelar interposta, chegando-se mesmo a realizar uma vigília aberta a toda a população.
E depois da imensa contestação, fica a dúvida mas também o regozijo para todos os que lutaram para manter abertas as portas de uma Escola com mais de meio século, situada no Alto de Santo Amaro e com vista privilegiada sobre o Tejo, repleta de pátios verdes onde não faltam pássaros, pavões e mesmo esquilos.
“Pensei que a D. João de Castro fosse fechada por questões imobiliárias, mas espero que seja realmente assim… de qualquer forma, continuo a achar que há outras decisões por trás desta intenção e que mais cedo ou mais tarde vá ser vendido”, concluiu o autarca com a justificação de que “aquele é um espaço que vale bastante dinheiro”.
Jornal do Bairro, edição nº 9, 25 Maio 2007